Como dono de um medo incerto
Vivo sonhando bem acordado
Em como posso viajar contente
Por aí sem rumo acertado.
Bem além do alto mar
Na imensidão do horizonte anilado,
Cuja saudade em translação
De um mundo em particular
Gira o meu globo dançante azulado.
Imerso em ideias iluministas
No entanto indagando sem cessar
Qual o apartamento da liberdade,
Onde é que o passado foi se refugiar?
Que procuro e não consigo reunir
Pistas suficientes para provar
Que caminho às cegas por um saguão
Com telas vanguardistas a me rodear.
Vejo rastros de um avião,
Nas paredes do meu pensar
Mirei no teto escuro do meu intelecto
E o sentido não está lá,
Enquanto nas lacunas correm dedos
Pelo estreito corrimão âmbar,
No sentido do indicador
Um ponto de contradição fará,
Com que o caminho que não se endireita
Diretamente no porão findará.
Quem é que por ela quer entrar?
É só mais uma forma de frustação
Indo em busca de um endereço
Sem portar a menor informação
Tantos laços emotivos a lhe amarrar
A esta bagagem depositada ao chão
Revela que pensamentos limitados
De forma alguma lhe nortearão.
Por Júnio Liberato